O Poder da Música no Combate ao Covid-19

Não duvide do refrão popular que indica que “quem canta seu males espanta”. 

Será q a música pode nos ajudar a enfrentar o corona vírus? 

Será q ela pode aumentar nossa imunidade? 

É possível que a música diminua nosso estresse nesse momento?

Quem não tem uma trilha sonora de filmes inesquecível? Ou aquele jingle de propaganda que nunca fez você esquecer de um produto? A música que marca seu relacionamento?

Os efeitos positivos de escutar música são conhecidos há muito tempo. 

Já na época dos grandes filósofos cantavam-se odes musicais para aliviar a tensão. Nas guerras empregavam-se certas canções ou hinos para desenvolver a coragem e a confiança nos soldados. Usavam-se tambores graves q impulsionavam o ritmo da marcha… 

Hoje já se tem comprovado que, com a repetição de partes musicais, podemos:

  • Aprender idiomas e fomentar a criatividade;
  • Tratar doenças neurológicas como, por exemplo, o mal de Alzheimer, o Parkinson e o autismo;
  • Melhorar certos transtornos emocionais: tais como a ansiedade, a tristeza, a baixa autoestima entre outros…

Um estudo conduzido por Robert Zatorre e Salimpoor Valorie, pesquisadores da Universidade de McGill, em Montreal, concluiu que o ato de escutar música pode dar prazer a partir da liberação rápida de dopamina. 

Esse estudo publicado na Nature Neuroscience, com jovens, de 19 e 24 anos, colocou oito voluntários ao som de suas músicas favoritas – do jazz ao tango –, enquanto avaliavam o nível de liberação de dopamina, atividade cerebral e frequências respiratórias e cardíacas. Além da alta taxa de liberação antecipada de dopamina, os voluntários apresentaram tremores de prazer durante o experimento.

Em um outro estudo foi constatado que pacientes colocados ouvir música enquanto estavam sob anestesia durante uma operação  cirúrgica ajudou a baixar os níveis de hormônios prejudiciais e o estresse operatório. 

Quem nunca ouviu falar de uma playlist pra hora de fazer amor? Uma seleção especial para dar aquele animo na corrida? Ou aquela musica que faz você dançar feliz da vida… O sertanejo “sofrência” que é “bão que só…”

Pesquisadores estão descobrindo o poder dos sons sobre o nosso cérebro – para o bem e para o mal – e usando melodias para o tratamento de doenças.

Alex Doman, coautor do livro Healing at the speed of sound (A cura com a velocidade do som, sem edição brasileira) conta como a música, o silêncio e o ruído têm papel importante no nosso humor, no desenvolvimento do cérebro e, por consequência, no nosso sistema imunológico. 

Na obra, eles ainda sugerem como usar a música em caráter medicinal. 

Há muitos estudos que associam a melhora de um paciente com os mais diversos problemas de saúde às terapias com música, especialmente às sessões em que o indivíduo escuta as músicas ou nas quais eles também poderiam manusear instrumentos. 

Os melhores resultados costumam ser relacionados ao estilo clássico. 

A Dra. Ana Maria Ferreira de Souza médica pediatra e pesquisadora do Grupo de Estudos da Dor da Divisão de Clínica Neurológica do HC da FMUSP realizou  pesquisa mostrando que, embora a explicação ainda não seja conhecida, a musicoterapia proporciona bem estar a uma pessoa e é eficaz como uma intervenção de apoio no tratamento de doenças.

Bem estar… Quem nessa época de pandemia não está precisando de se sentir bem e aliviado contra a enxurrada de informações tristes e o medo que nos assola?

De acordo com a pesquisa da Dra. Ana a música é capaz de influenciar o bem-estar de uma pessoa, diminuindo o stress, a ansiedade e até as dores após uma doença ou uma cirurgia.

Quando se trata de uma música que gostamos ou que é agradável, o corpo libera dopamina. A dopamina é o hormônio da alegria e um grande guerreiro no tratamento da tristeza e ansiedade. 

Nessa época de lives dos principais cantores, muitos pacientes tem reportado que se sentem felizes e que se distraem de suas preocupações. Alguns sentem que sua ansiedade diminui após uma sessão de musica em lives ou ouvir suas musicas preferidas… Ficandi em casa…

A música alivia o estresse, reduzindo os níveis de cortisol, substância responsável por essa irritação do dia a dia.

Ao ficarmos confinados em casa estamos produzindo o hormônio do estresse, o cortisol, que até tem uma função importante no nosso corpo. O problema que o acúmulo de cortisol pode causar insônia, aumento de peso, taquicardia e a pior coisa nos dias de hoje abaixar nossa imunidade.

A ciência reporta que pessoas ansiosas tem altos níveis de cortisol e que até mesmo na depressão esse hormônio está em doses alteradas.

Usar a música para abaixar os níveis de cortisol é uma solução prazerosa e super barata que está a disposição de todos. 

E não é só em hormônios que a música age. Pesquisadores japoneses observaram que a música pode aumentar a produção de linfócitos CD4 – soldados de defesa do sistema imunológico.  Eles submeteram camundongos a transplante cardíaco. 

Os animais foram divididos em grupos e todos foram submetidos a sessões de terapia com música. 

Cada grupo foi exposto a um estilo musical diferente – ópera, clássico e New Age – ou a algum som com uma única frequência, durante sete dias.

O Resultado?  Os ratos que foram expostos à música clássica ou à ópera tiveram maior sobrevida após o transplante do que os animais que ouviram New Age ou sons de frequência única na terapia. 

Ao longo do tempo, seu corpo pode aprender a reconhecer certos tipos de música (particularmente coro ou música clássica) como um incentivo para a imunidade, dando continuidade na melhora do seu sistema imunológico.

Uma explicação sobre o fato de a música clássica sempre se evidenciar  mais efetiva é que ela é composta por várias frequências sonoras advindas dos muitos instrumentos que compõem uma orquestra, por exemplo. Isto causaria uma estimulação modulada e intensa no cérebro causando maior efeito que uma música feita com um único instrumento e com poucos tons. 

A música acalma…

A capacidade de certos sons em diminuir as emoções negativas é extraordinária. 

Quando estamos irritados demais, aborrecidos ou de mau humor, um pouco de música é o melhor remédio, já que reduz os hormônios que causam o estresse e aumenta aqueles que provocam felicidade.

Dr. Ronny Enk, um perito em neurocognition no Instituto Max Planck, que liderou uma pesquisa sobre o efeito da música no estado emocional das pessoas, disse: “Achamos que o estado agradável que pode ser induzida pela música leva a mudanças fisiológicas especiais que eventualmente conduziriam ao estresse ou redução direta de atividade do sistema imune.

Um estudo feito pela Universidade de Drexel, nos Estados Unidos e divulgado em 2010 pela The Cochrane Library, por exemplo, observou que pacientes que respiravam com a ajuda de aparelhos apresentaram menos ansiedade e uma recuperação melhor quando ouviam alguma música do que aqueles que não entraram em contato com esse tipo de abordagem. 

Nesse mesmo ano, a Universidade de Tel Aviv, em Israel, concluiu um estudo mostrando que ouvir 30 minutos de Mozart todos os dias pode ajudar bebês prematuros a ganharem peso. Essa pesquisa foi publicada no periódico Pediatrics.